O Tribunal Nacional já emitiu a decisão sobre um dos casos de corrupção mais notórios que afectam o Partido Popular: o chamado complô “Gürtel”.
Do total de 37 arguidos, houve 29 penas de prisão, num total de 351 anos, das quais nem todas serão cumpridas porque alguns condenados excedem em muito o máximo que podem passar na prisão em Espanha por estes crimes.
É o caso de Francisco Correa, condenado a nada menos que 51 anos de prisão como diretor e executor de toda a rede de corrupção, e o do ex-tesoureiro Bárcenas, cuja pena é superior a 33 anos. Em ambos os casos, a privação de liberdade será acompanhada de multa pecuniária.
Para além destas condenações, que eram esperadas, o que é relevante é que pela primeira vez um partido político em Espanha foi condenado como tal por um caso de corrupção. Conforme solicitado pelo promotor, o tribunal estimou que o Partido Popular se beneficiou do complô em repetidas ocasiões, e em pelo menos duas delas foi possível determinar especificamente o valor desse benefício obtido. Tudo isto conduz a uma condenação sem precedentes nos nossos quarenta anos de democracia. Não se trata de sentença “penal” e, portanto, não atinge os responsáveis da parte como tal, mas é uma sentença cível como “participante proveitoso” das atividades dos condenados, ou seja, como beneficiário da eles mesmos. Uma consequência disto é a obrigação imposta ao PP de devolver quase 250.000 mil euros dos quais ficou provado que beneficiou com a actividade da rede criminosa.
José Salver
Tua opinião
Há alguns padrões comentar Se não forem cumpridos, levarão à expulsão imediata e permanente do site.
EM não se responsabiliza pelas opiniões de seus usuários.
Você quer nos apoiar? Torne-se um Patrono e tenha acesso exclusivo aos painéis.