O que dizem as sondagens agora pode não ter nada a ver com o resultado de 26 de junho, caso houvesse eleições nesse dia. Sabemos que as pesquisas atuais podem ter preconceitos que tornam seus dados inúteis. E sabemos que de agora em diante acontecerão muitas coisas que farão tudo mudar.
Mas vamos fazer as operações como se não soubéssemos de tudo isso, e vamos supor que o 26-J representa uma última oportunidade, em que as partes serão agora obrigadas a chegar a um acordo, porque a sociedade não toleraria mais seis meses de paralisia. Nessa altura, a abstenção provavelmente já não será uma opção tolerada: a sociedade exigirá um compromisso activo para formar um governo. Se assim for, e se os dados atuais permanecerem inalterados até 26 de junho, que acordos governamentais serão possíveis?
- GRANDE COALIÇÃO SUPERDIMENSIONADA
Governo com ampla maioria e possibilidade de realizar alterações constitucionais. O seu maior inconveniente seria a instabilidade interna, pois é apoiado por partidos com interesses diversos. Além disso, deixaria o Podemos/UP como a única oposição real, que poderia facilmente capitalizar qualquer descontentamento social, para tentar um assalto ao poder nas eleições seguintes.
- GRANDE VELHA COALIZÃO
O PP, desprezado pelo Ciudadanos, às vezes flerta com essa ideia. Este governo teria apoio suficiente para empreender qualquer medida proposta, embora necessitasse de apoio externo para as reformas constitucionais de maior alcance, uma vez que não chega a dois terços do Congresso. O seu maior inconveniente, além das tensões internas que ocorreriam dado o confronto histórico entre ambos os partidos, é que teria uma oposição com duas cabeças (Vamos e Ciudadanos). A oposição aproveitaria as inconsistências do governo para tentar derrubar o PP e o PSOE e substituí-los por um novo sistema bipartidário Ciudadanos/Podemos nos eventos eleitorais seguintes.
- COALIZÃO DE CENTRO DIREITA
Com uma maioria apertada, avançará sozinho ou obtendo um pequeno apoio adicional. Como vantagem, é o pacto que consegue um número de cadeiras mais coerente e que maximiza a presença de ambos os partidos no governo. Ideologicamente, o seu programa seria bastante viável e teria poucas contradições internas. Como desvantagem, enfrentaria uma frente poderosa que poderia bloquear as reformas constitucionais e obter apoio social se as medidas do governo não conseguissem melhorar a situação económica.
- COALIZÃO CENTRO-ESQUERDA
Impossível.
- COALIZÃO DE MUDANÇA
Foi assim que Sánchez o batizou, embora a mudança que cada um dos três partidos propõe seja diferente, e essa seria a sua maior contradição interna. Haveria muitos assentos, tanto que ele não precisaria estritamente da Izquierda Unida, embora provavelmente a incorporasse por uma questão de imagem. O seu grande inconveniente é que deixaria o Partido Popular numa posição com uma oposição que evidenciaria inconsistências internas para tentar regressar ao governo com uma clara maioria absoluta. No processo, um dos três partidos do governo provavelmente seria prejudicado e poderia assinar a sua sentença de morte.
- COALIZÃO DE ESQUERDA
Impossível.
7. COALIZÃO DA ESQUERDA COM OS NACIONALISTAS
Os nacionalistas forneceriam os vinte assentos de que esta coligação necessita para ser viável. Sua vantagem seria a transversalidade, ao reunir setores muito diversos da sociedade. O seu maior inconveniente é a aparente contradição entre o programa do PSOE e o dos partidos nacionalistas catalães sobre a questão do referendo.
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