Os mercados financeiros são imprevisíveis, mas há semanas que nos dão sinais: o prémio de risco da França está a aumentar e há uma tensão acumulada que pode explodir na segunda-feira, após a primeira volta das eleições presidenciais, se não gostarem dos dois candidatos escolhidos para competir.A presidência.
Restam apenas quatro candidatos que ainda têm chance. Deles, dois são bastante queridos pelos mercados: Fillon e Macron. A terceira, Marine Le Pen, nacionalista e protecionista, não é nada apreciada, embora o seu discurso seja muito mais moderado do que o do seu partido de anos atrás. E o quarto, Mélenchon, que apareceu recentemente em batalha, desperta muitos temores.
Assim, na segunda-feira os mercados abrirão, depois de uma longa noite, sabendo quem são os dois escolhidos para disputar a presidência da França. E podemos adivinhar como eles vão reagir:
ALTERNATIVA 1. PROBABILIDADE 31%
O casal que liderou as piscinas nos últimos meses não levanta suspeitas. Os mercados têm mais do que descontos. Preferem Macron, e ninguém duvida que na batalha entre o líder nacionalista e o liberal-progressista ele vencerá por uma vitória esmagadora. As pesquisas dão a Macron uma vantagem confortável de 62%, em comparação com os 38% do líder da Frente Nacional. Parece grande demais para um retorno ser considerado. Macron será presidente.
ALTERNATIVA 2. PROBABILIDADE 18%
Mélenchon levanta muitos medos. O prémio de risco francês sobe e desce ao ritmo das suas subidas e descidas nos inquéritos. Embora Macron tivesse uma vantagem nesta batalha, não é tão grande que os mercados durmam em paz no domingo à noite. Se essa combinação der certo no segundo turno, segunda-feira, 24, será um dia nervoso. Moderado, mas nervoso.
ALTERNATIVA 3. PROBABILIDADE 18%
Que alivio. Os mercados sorrirão para os dois candidatos que mais gostam. Nada a temer.
ALTERNATIVA 4. PROBABILIDADE 15%
As duas ovelhas negras cara a cara. Os insetos. Nacionalismo e protecionismo versus socialismo puro. Os fundamentos da União Europeia seriam postos (mais uma vez) em causa e os mercados desencadeariam uma debandada. Isso será na segunda-feira. Então, será visto…
ALTERNATIVA 5. PROBABILIDADE 13%
Se Le Pen consegue vencer alguém no segundo turno, é Fillon. O antigo representante da direita moderada levanta tantas suspeitas e está envolvido em escândalos tão recentes que muitos prefeririam ficar em casa a votar nele. Nesse caso, Le Pen pode ter uma chance. E os mercados não vão gostar muito disso.
ALTERNATIVA 6. PROBABILIDADE 8%
As portas do Eliseu abrem-se para Mélenchon e os mercados sabem disso. Eles têm medo, embora se apoiem justamente nesse medo (de muitos eleitores) para que, no final, votem em Fillon mesmo que seja com o nariz tapado. Mas, se Mélenchon for classificado, o medo de uma esquerda contundente permanecerá até 7 de maio, quando serão realizadas as eleições e todas as dúvidas serão esclarecidas.
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