Depois de vários dias arrancando a margarida e de diversas pressões, o Podemos decidiu que vai recorrer ao Tribunal Constitucional contra a aplicação do artigo 155 à Catalunha pelo governo.
Os sectores nacionalistas expressaram repetidamente em privado o seu desconforto com o Podemos por “não se envolver” e não apelar às acções do governo. Os deputados da ERC e da antiga Convergência mexeram repetidamente os pauzinhos para que os de Iglesias dessem um passo em frente que só eles poderiam dar.
Com efeito, O recurso para o TC exige a assinatura de pelo menos 50 deputados, de modo que os partidos pró-independência não tiveram capacidade para apresentá-lo, e apenas o Unidos Podemos teve ampla margem para fazê-lo.
De setores pró-independência foi feita uma tentativa de chegar a um consenso, mas tal possibilidade foi rejeitada completamente pelo Podemos, que pretende finalizar sozinho a redação do recurso durante o fim de semana, e tê-lo pronto para seu apresentação na próxima segunda-feira, contando apenas com assinaturas do próprio grupo e das confluências.
A iniciativa visa fazer com que o Tribunal Constitucional invalide a decisão do governo, posteriormente referendada pelo Senado, porque teria ultrapassado os seus limites ao utilizar o referido artigo para destituir o executivo de uma comunidade autónoma e convocar eleições regionais que seriam a jurisdição inalienável do Governo de Puigdemont.
Com este recurso, apresentado um dia antes do início oficial da campanha, 5 de dezembro, Podemos pretende dar um impulso aos seus parceiros catalães, ultimamente em crise, de acordo com várias pesquisas, para mais uma vez colocá-los no centro da mesa política.
Assim Seguimos com a frente judicial aberta. Amanhã o Supremo Tribunal poderá decidir se liberta ou não os membros presos da Generalitat e “os Jordis”. Além disso, está pendente o destino final de Carles Puigdemont, que depende das decisões que o sistema de justiça belga adotar nas próximas semanas.
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